quarta-feira, 23 de março de 2011

Meu Pai

Meu pai,
que me graceja num mundo torto,
endireita-me a gravata e empurra-me para a frente.
Os meus passos são mais curtos que o declive dos meus ombros,
e a camisa teima em sair das calças, enquanto me aconselha a apertar o
Sinto. (não...não é cinto que quero dizer)               
O que sinto, prova-se com as bagas que conhece do campo,
ou com as facetas que esconde na barba. Não por imitação:
Admiro.
E, radiante, meto as mãos no bolso e sigo caminho:
Não sei onde vou, mas tenho uma lista de memórias defensoras na mão.
(Enquanto me sacudia o casaco da vida, deu-ma sem eu saber).

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